quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

PASTORES DE GABINETE

Não se fazem mais pastores como antigamente por que não se fazem mais crentes como “antigamente”?

Ou não se fazem mais crentes como “antigamente” por que não se fazem mais pastores como antigamente?

Qual das duas frases está mais perto de nossa realidade?

As duas?

Difícil afirmar, mas, encontramos em ambas um fundo de verdade, afinal de contas, é comum encontrarmos igrejas que se tornaram muito mais instituições, movidas por relações empresariais, comerciais, e poucas relações humanas, do que igreja no sentido bíblico, onde o papel do pastor é o de pastorear e não o de administrar.

Encontramos outras igrejas onde o pastor deixa de lado o real propósito para o qual foi chamado, o de “apascentar as ovelhas de Cristo”, assim como a Pedro foi recomendado por Ele. (João 21.15-17)


15 Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeirinhos. 16 Tornou a perguntar-lhe: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Pastoreia as minhas ovelhas. 17 Perguntou-lhe terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Entristeceu-se Pedro por lhe ter perguntado pela terceira vez: Amas-me? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas.

Em uma das matérias que cursei na Faculdade Teológica, tive o privilégio de ter como mestre um dos mais conceituados líderes religiosos de minha denominação. Líder espiritual de mais de 5000 pessoas, entre homens, mulheres e crianças.

Certo dia, ministrando uma de suas aulas, ele abordou a importância da presença do líder na vida de cada membro da comunidade.

Aconselhou a todos, que ao estarem à frente de uma comunidade, tivessem como prioridade em sua agenda anual, um cronograma de visitação, tirando um dia específico apenas para esta tarefa.

Enfatizou o fato de que as pessoas desejam ser ouvidas, apoiadas, consoladas, apascentadas e que para cumprir esse propósito se faz necessário um verdadeiro relacionamento de amor.

Ele afirmou que dificuldades para isto existem, o que justifica a necessidade de se ter uma equipe que colabore nesta tarefa, informando as prioridades. E em seu entendimento, a responsabilidade maior quanto ao fracasso nesta área sobrecai no líder escolhido Deus.

Depois de ouvir durante praticamente toda a aula estratégias de visitação, decidi fazer uma pergunta que estava me incomodando, que foi:

“Professor, o senhor nos mostrou de forma incontestável a importância da visitação pastoral. Como o senhor tem feito para que isso seja uma realidade em seu ministério?”

Um longo período de silêncio se fez na sala de aula... algumas vezes ele ameaçou uma resposta... foi quando ele falou:

“Gente, tenho que confessar a vocês uma coisa... essa tem sido minha maior frustração ao longo desses anos frente ao ministério. Realmente não tenho conseguido visitar os membros de minha comunidade.”

É claro que a humanidade mudou, a sociedade mudou, a igreja mudou...

Coisas da modernidade! Afinal de contas, só Deus é imutável, Ele é o único que é “o mesmo ontem, hoje e sempre”. Diriam muitos.

Concordo!

Porém, como explicar o fato de que muitas de “nossas” igrejas estão permitindo que atitudes e práticas comuns àqueles que não vivem debaixo da “palavra” permeiem a igreja do imutável?

Certo dia, ao levar minha filha Ana Carolina para a escola (ensino médio) juntamente com uma de suas amigas, chamada Emanuelle, conversávamos sobre o futuro, sobre estudo, sobre namoro e casamento. Foi quando sua amiga disse: - Coisa que eu jamais faria é casar ou com muçulmano ou com um “crente”.

Imediatamente indaguei: - Como assim? Qual o problema? Você não sabe que somos “crentes”?

Ela respondeu: - Claro que sei! Inclusive já estive várias vezes na reunião de adolescentes com a Ana Carolina. Mas a igreja de vocês é diferente! Não é chata, não fica cobrando nada, etc.

Aquela resposta realmente me preocupou. Nossa igreja seria diferente por que não estaria pregando a palavra do “Deus que é o mesmo ontem, hoje e sempre”?

Ou por que estaria pregando a palavra contextualizada, com coerência, com respeito às diferenças?

Perguntas que certamente cabem a tantas outras igrejas. Perguntas de respostas difíceis.

Às vezes, fazemos programações que se assemelham de tal forma ao estilo do “mundo” que nós mesmos perdemos os parâmetros adequados para fazer algum julgamento quanto ao certo ou errado diante da palavra de Deus.

Questionamos com facilidade a eficácia dos métodos bíblicos e muitas vezes tentamos justificar dizendo: “É melhor eles estarem aqui fazendo ‘desta forma’ do que estarem lá no ‘mundo’ ”.

Colocamos em “cheque”, e por que não dizer, duvidamos da eficácia dos métodos indicados pela palavra, e tentamos dar uma “ajudinha moderna”, um “jeitinho”, para que tudo saia como nós desejamos.

Hoje, Emanuelle está casada com um jovem “crente” que conheceu, e que a levou para visitar a igreja em que freqüentava, que diga-se de passagem, é muito mais “tradicional”, muito mais “exigente” quanto a “conduta” individual e coletiva de seus membros do que a nossa.

Ela batizou-se e tem sido um exemplo de vida para seus familiares e amigos.

Imagine! E ela dizia que jamais casaria com um “crente”.

Incrível, mas parece que “Pastores de gabinete” conhecem profundamente a vida de suas comunidades na teoria, pois afinal ouviram falar que “fulano ou sicrano” está passando por dificuldades familiares, financeiras, com o emprego, com doenças na família, com adolescentes em crise, etc...

“Pastores de gabinete” só visitam abatidos espiritualmente quando esses são proeminentes membros da comunidade, afinal de contas, são formadores de opinião, possuem “peso” na hora da conquista de “votos” diante de uma reunião decisiva de assembléia, especialmente quando diz respeito à aquisição patrimonial.

“Pastores de gabinete” passam a administrar, a legislar no lugar de pastorear. Perdem a capacidade de relacionar-se de forma pessoal, se esmeram em coletar informações a respeito dos membros de sua denominação e a partir delas delegar a outros aquilo que lhes compete fazer como líderes, apascentar as ovelhas de Jesus Cristo.

Posso estar enganado, mas muito em breve as pessoas entenderão que não precisam mais da figura do pastor como seu líder espiritual, que podem viver sem o envolvimento “institucional”, o qual em muitos casos coloca pesos em seus ombros, financeiros ou não, como parte das ações que lhes concederão a salvação da alma.

Sensação de culpa! Esta é uma das estratégias usadas por muitos “pastores de gabinete” para manter “seu próprio rebanho” unido em busca de objetivos comuns, porém, que em muitos casos satisfarão seus ideais pessoais como líder.

“Pastores de Gabinete”. Para eles, o importante é o crescimento numérico, e consequentemente o financeiro e o patrimonial, crescimento que não se traduz em impactos positivos na sociedade.

Atitude que certamente não condiz com os propósitos daquele que disse: “... APASCENTA MINHAS OVELHAS.”

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

SUA CRUZ ESTÁ PESADA?








































Mateus 10:38
"E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim."

Mateus 16:24
"Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me;"


sábado, 20 de novembro de 2010

DEUS CURA...

Se você, assim como eu, já passou pela experiência de perder um amigo ou um parente muito próximo após um longo período de tratamento, talvez também já deve ter se perguntado: porque alguns são curados e e outros não?

Diante desse questionamento, se perguntarmos quem acredita que Deus cura, todos responderão que acreditam (desde que nele creiam).

Realmente Deus cura. A bíblia toda mostra isto. E também nós, na atualidade, testemunhamos isto, e creio que você deve ter um exemplo que poderia ser citado aqui.

Que Deus cura quase ninguém duvida, somente aqueles que não acreditam em Deus, mas poucos têm parado para observar como Deus age em relação à cura e, alguns, acabam desrespeitando a soberania de Deus, procurando controlá-lo, utilizá-lo a seu bel prazer, com objetivos de cura.

Vejamos nesta história envolvendo o profeta Eliseu e Naamã algumas informações sobre cura divina.

Deus cura...

Para que você possa entender claramente o contexto da história, fica aqui minha sugestão para que você faça a leitura de Capítulo 5 de ll Reis, versículos de 1 ao 27.

Deus cura...

QUEM ELE QUISER

O primeiro destaque que se observa neste texto é que Deus cura quem ele quiser, e não todos.

Deus não cura a pessoa por ser boa ou má, por ser crente ou descrente, ou por qualquer outro motivo que possamos imaginar. Ele cura quem ele quiser. Veja Naamã, ele era:

a) Um estrangeiro. Não pertencia ao povo de Deus, era Sírio (ll Reis 5.1);

b) Comandante do exército da Síria, que oprimia o povo de Israel (5.2);

c) Levava pessoas de Israel para serem escravos na Síria (Ele mesmo tinha uma escrava capturada em Israel)

(5.2)

d) O texto mostra que ele era um idólatra, como o restante de seu povo, e mesmo depois de convertido (ele se converteu com a cura recebida) (5.17), iria acompanhar seu rei em cultos idólatras (5.18)

Aos olhos humanos Naamã não possuía boas credenciais para ser curado, não merecia a cura divina. Mas Deus o curou, enquanto outros leprosos de sua época, que pertenciam ao povo de Israel, não foram curados (Lc 4.27). Isto porque Deus cura quem ele quiser. Ele é soberano!

Deus cura...

ONDE ELE QUISER

Outro destaque a ser observado no texto é que Deus cura onde ele quiser.

Naamã era de outro país, estava longe de Samaria, capital de Israel. Mas poderíamos levantar a pergunta: Deus não poderia ter curado Naamã sem ele sair da Síria? A resposta seria SIM! Então por que Deus não o curou? Porque Deus cura onde ele quiser. Não somos nós que determinamos o lugar.

Vemos em nossos dias pessoas estabelecendo lugar fixo onde Deus deve operar milagres,como: templos, grutas, rios, montes, cidades... (Deus é criativo e opera onde quiser operar, não vive se repetindo).

Deus não necessita de lugar especial, cura em qualquer lugar (inclusive nos citados), se for a Sua vontade. Nesta ocasião, Deus escolheu Samaria, onde foi Naamã buscar a cura (5.3-7), lugar que mais tarde seria odiado pelos judeus.

Não existem locais santos, ou especiais para a cura, o Deus que cura é especial e cura onde quiser.

Deus cura...

QUANDO ELE QUISER

Também vemos aqui que Deus cura quando ele quiser e não quando queremos, como alguns pensam.

Morava em Samaria o profeta Eliseu. O homem pelo qual Deus fez o maior número de milagres registrados no Antigo Testamento (Creio que só a Jesus são atribuídos maior número de milagres na Bíblia).

A presença de Eliseu na cidade não era garantia de cura para ninguém. Veja a reação do rei de Israel quando recebeu a carta do rei da Síria com a ordem para que Naamã fosse curado (5.6-7).

Certamente o rei conhecia os milagres feitos por Eliseu, mas também sabia que ninguém obriga Deus a nada, por isso ficou desesperado. Não sabia se Deus queria curar naquela ocasião. Muitos em nossos dias marcam dias e horas para que Deus cure. Inventam ocasiões especiais como “tarde da benção”, “dia da libertação”, como se pudessem manipular Deus. Mas a Bíblia mostra que Deus é soberano, não está sob nosso controle, e cura quando quiser! Não tem hora nem dia.

Deus cura...

COMO ELE QUISER

O texto ainda mostra que Deus cura como ele quiser.

Naamã tinha uma idéia errada de como Deus deveria curar (ele conhecia pouco o Deus verdadeiro). Ele pensava que Deus deveria agir, pelo profeta, dentro de um certo ritual. (5.11).

Quando o profeta apresentou a forma de Deus, para aquela ocasião, pois cada caso é um caso, Naamã ficou tão indignado que quase foi para casa sem a cura (5.9-14).

Aos olhos humanos Deus escolheu um método absurdo para curar um leproso, mas funcionou. Funcionou como funcionaria qualquer outro, pois poderoso é Deus e não o método empregado.

Quantos tentam manipular Deus procurando palavras mágicas e gestos que o façam curar? Fuja disto! Isto é limitar Deus. Ele é criativo e utiliza vários e quaisquer métodos, segundo aquilo que Ele determina.

Deus cura...

POR QUANTO ELE QUISER

Também se percebe no texto que o preço da cura é determinado por Deus. Ele cura por quanto Ele quiser e não por quanto nós Lhe oferecemos, ou os profetas determinarem. Com Deus não se negocia, não se faz barganha.

Naamã partiu da Síria para Israel pronto para pagar um alto preço pela sua cura. Ele era muito rico e podia pagar. Certamente pensava em comprar o “serviço” de Deus com os 350 Kg de prata, 70 Kg de ouro, mais 10 mudas de roupas finas, como nos informa em 5.5 a versão bíblica conhecida como Nova Tradução na Linguagem de Hoje.

O profeta, certamente orientado por Deus, não aceitou nada como pagamento pela cura (5.16).

Na ocasião em que Jesus curou 10 leprosos, foi requerido deles que se apresentassem ao templo (Lc 17.14), provavelmente, para oferecer a oferta determinada pela lei (Lv 14), mas o importante é ver que está no poder de Deus determinar o “preço”. Ninguém se atreva a tentar comprar a cura ou, como Geasi, a querer se passar por Deus e cobrar pelas curas que Ele efetuava (ll Reis 5.20-27).

Deus cura... E está em Deus o fazer o preço, se assim o desejar, pois ele é o dono da cura!

Diante desta constatação, gostaria de concluir destacando o seguinte:

a) A Bíblia e a experiência cristã nos mostram que devemos crer na cura divina;

b) Está claro que Deus é a fonte de cura. Devemos clamar pela cura que vem dele;

c) Em última instância, toda cura vem de Deus, mesmo aquelas que recebem a ajuda de medicamento e intervenções cirúrgicas, pois é Ele quem capacita os seres humanos a agirem em favor da cura;

d) Deus não é instrumento de cura a ser manipulado por nós. Ele é soberano!

Deus cura sim, quem ele quiser, onde ele quiser, quando ele quiser, como ele quiser e por quanto quiser.

Diante do tema abordado e das conclusões obtidas, devemos prosseguir a caminhada, e confiados na misericórdia Dele e no sacrifício de Jesus, que nos purifica de todo pecado, e não em merecimentos ou possíveis métodos de manipular sua vontade, é que devemos continuar clamando por cura, para nós, quando necessário, e para os outros, respeitando sempre a vontade e soberania Dele.

POIS SABEMOS QUE DEUS CURA...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

SAL, LUZ e FERMENTO DO MUNDO


Textos base:

Mateus 5.13-14 “Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? Para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens. 14 Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte;”

Mateus 13:33 “Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar tudo levedado.”

A Bíblia Sagrada diz que somos o SAL, a LUZ, e o FERMENTO da terra, e ainda assim temos a tendência de sofrer complexo de inferioridade!

A principal característica destes três elementos é a capacidade de lutar contra “gigantes”.

É o impacto da qualidade sobre a quantidade, do menor sobre o maior.

Analisando as características do SAL, observamos que ele possui uma QUALIDADE especial, pois quando usado na medida certa, consegue fazer com que uma grande quantidade de líquido e outras coisas o “absorvam” de tal forma, tornando uma até então insípida sopa em um delicioso prato a ser saboreado. É o extraordinário efeito da QUALIDADE sobre a QUANTIDADE.

Assim como o SAL deve estar em menor quantidade do que a sopa para que ela obtenha o sabor desejado, também a LUZ, quando avistada pequenina entre as trevas, brilha de forma sem igual. Da mesma forma que o FERMENTO quando administrado em quantidade menor do que a massa produz o efeito esperado em sua consistência, produzindo o crescimento da mesma, também nós o seremos para o mundo.

Diante disso, é possível entender o fato de que diante do gigantismo de cada substância apresentada, o que realmente fez a diferença foi a qualidade na quantidade correspondente. Ou seja, por que temos temido tanto e até nos acovardado diante dos desafios que o mundo nos tem apresentado? Por que temos nos preocupado tanto com o fato de estarmos em menor quantidade.

Já sabemos que mesmo uma pequena LUZ que luta contra as trevas, enquanto estiver viva será sempre visível, será ponto de referência e iluminará a escuridão em seu entorno. Assim como sabemos que uma só vela não acabará com a completa escuridão, sabemos também que ela iluminará o caminho a ser seguido por aqueles que estiverem na mesma caminhada.

Também é certo que não é de hoje que este mundo é insípido, assim como não é de hoje que fomos “eleitos” por Deus para sermos o SAL, a LUZ e o FERMENTO do qual o mundo tanto padece. Devemos levar a mensagem por Ele deixada através de Cristo, para que outros se unam a “esta receita”, onde cada elemento isolado jamais produzirá o efeito desejado.

Somos o SAL, a LUZ e o FERMENTO da terra, e como tais precisamos viver!

Não devemos no entanto nos esquecer de que o SAL dentro do saleiro, junto com mais SAL é apenas sal, não tem função. Por isso, precisamos todos estar dentro do “caldeirão” para distribuir sabor.


Também sabemos que a LUZ junto com a luz se torna mais forte, mas não se destaca.

Ela precisa estar junto das trevas para poder brilhar com intensidade contagiante, atraente, como um farol em pleno mar em noites de tempestade, mostrando sempre o caminho a ser seguido.

Da mesma forma, não devemos nos esquecer de que o FERMENTO quando dentro de um recipiente, junto com mais fermento, não produz crescimento, fica estagnado.

Devemos também ter a consciência de que quando exercemos essas funções neste mundo tão hostil, iremos, assim como cada um destes elementos, morrer uma “morte” lenta, mas necessária para alcançar o êxito tão esperado.

O SAL, para cumprir com seu papel de dar o sabor necessário aos elementos, se dissipa, transferindo suas características para o meio, sem no entanto perder sua identidade, dilui-se até que todos os ingredientes possuam as mesmas qualidades que ele.

A LUZ é energia, e como tal, se doa, se entrega, como uma vela que ilumina até o último filete de seu pavio, transferindo então sua tarefa à outra vela.

O FERMENTO, enquanto levado à massa para se misturar a ela, está morrendo, e quando cumpre a sua função, morre por completo, deixando o pão, que permanece uma delícia!

Encontramos igrejas que não têm vivido para este mundo conforme a vontade de Deus. Estão sem sentido de ser, sem sabor, sem brilho, sem volume, sem crescimento, pois não desejam “pagar” o preço.

Certamente eu e você podemos estar entre esses. Portanto, não custa lembrar que quando procuramos nos manter no “saleiro”, nos esconder no meio da “luz”, e não nos misturar junto à “massa”, ficando na zona de conforto e buscando preservar nossa “integridade física”, é porque já perdemos a função a nós atribuídas por Jesus Cristo, a de ser o SAL”, a “LUZ” e o “FERMENTO deste mundo.

Vamos temperar mundo?

terça-feira, 12 de outubro de 2010

SINDROMES, O MAL DO SÉCULO

Você já percebeu que a cada momento em algum canto do mundo, surgem rumores de alguma coisa que faz a humanidade viver uma nova síndrome?

Você sabe o que significa SÍNDROME?

“Síndrome é um conjunto de sinais ou sintomas provocados pelo mesmo organismo e dependentes de causas diversas, que definem uma doença ou perturbação.”

No sentido figurado, diz-se que é o conjunto de sinais ou de características que, em associação com uma condição crítica, pode despertar insegurança e medo. Entre muitas, temos o exemplo da chamada síndrome do pânico (muito comum no Rio de Janeiro e cidades grandes), temos também a claustrofobia, síndrome que leva a pessoa a ter medo de lugares pequenos ou fechados, como elevadores, avião, etc...

Há síndromes, como as citadas acima, que nos levam a pensar coisas que não existem, podendo nos impedir de fazer o que deve ser feito. Elas podem ser um perigo para nossas vidas, e estão se tornando também um perigo para a vida do cristão, especialmente a que eu chamo de ...

A SINDROME DOS TRÊS ESSES

Em II Timóteo 3. 1

1 Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos;

2 pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios, 3 sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, 4 traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,

O autor fala “nos últimos dias” se referindo a um tempo próximo à segunda vinda de Cristo, tendo em vista que os cristãos primitivos tinham para si que essa volta se daria ainda em sua era, sua própria época, ou seja, que Jesus não tardaria a voltar, que estariam vivos para vê-lo surgindo entre as nuvens.

Passaram então a viver em função de seu regresso, e alguns, que tinham a certeza de sua salvação, esqueceram-se de que havia muitos que necessitavam conhecer esse Jesus maravilhoso, sentaram e queriam aproveitar a vida que lhes restava.

Ao considerarmos que o evangelho visava e deve visar o bem do próximo, o que significa o bem da comunidade e não de uma minoria, vemos o evangelho de Cristo se contrapondo aos interesses de determinados grupos, que normalmente desejam o poder nas mãos, mantendo as coisas do jeito como estão, às vezes isto é feito a partir do controle de idéias e pensamentos religiosos.

Não é verdade que hoje encontramos pessoas que pensam de maneira semelhante, possuem a certeza da salvação, mas descuidam da necessidade de seu próximo, e porque não dizer, esquecem-se da tarefa deixada por Cristo a cada um de seus discípulos, que é levar sua mensagem aos necessitados? (Marcos 16. 15-16)

Jesus não nos proporcionou a salvação apenas para nosso mero benefício, mas para dar continuidade ao propósito de Deus estabelecido já através de Abraão: a de ser uma benção para todo o mundo.

Quando o texto diz “todo o mundo”, ele nos leva a entender que isso começa em nosso próprio lar, nossa família, bairro, etc... lembram? Jerusalém, Samaria ...Confins da Terra.... Certo?

Há muitos hoje que se consideram SALVOS por Jesus Cristo, SATISFEITOS por desfrutarem da comunhão com seus irmãos na fé, porém se mantêm SENTADOS quanto a sua tarefa de levar essa mensagem salvadora ao seu próximo.

Outros se comportam como se não tivessem nada a ver com o crescimento da “igreja”.

Estão alheios às necessidades materiais da mesma, não colaboram através de seus dons e talentos para o crescimento coletivo, querem apenas sugar o que lhes é proveitoso.

Se duvidar, querem uma cadeira numerada. Vão à igreja como quem vai ao trabalho bater o “ponto”, e o que é pior, alguns por uma pura questão de desencargo de consciência.

Encontramos ainda, pessoas que olham para o passado e consideram que a demora para volta de Cristo é tão grande que passam a agir como se ele fosse demorar muito ainda, por isso querem aproveitar mais um pouco a vida para depois darem uma parcela de contribuição na obra salvadora.

São tão envolvidas por essa síndrome, a ponto de esquecer o fato de que há outra maneira de Jesus voltar, coletivamente (Ap.1.7-8), e individualmente, que ocorre através de nossa morte.

Devemos sim nos sentir SALVOS e SATISFEITOS, mas jamais SENTADOS, acomodados, indiferentes às necessidades de tantos que vagam sem a presença de Cristo em suas vidas.

Não podemos descuidar de nossas obrigações como discípulos do mestre. Para ajudá-lo nisso, convido você a fazer uma auto-análise, através de um CHECK-UP quanto a algumas possíveis atitudes que podem nos levar a um quadro de síndrome dos TRES ESSES, nos afastando de Jesus.

Depois desta auto-análise, podemos considerar a necessidade de que devemos manter a certeza de nossa salvação em Cristo Jesus, e nos unir cada dia mais na tarefa de levar a Sua Igreja ao Crescimento, ajudando-nos uns aos outros na manutenção de nossa fé, até que tenhamos todos a “estatura de Cristo Jesus”.

Se agirmos assim, diminuiremos a possibilidade de sermos atingidos pela síndrome dos três esses...

E viveremos da forma que Deus planejou para nós,

SALVOS, SATISFEITOS e jamais SENTADOS.

sábado, 18 de setembro de 2010

RESGATANDO MEMÓRIAS


Há muitos anos mantenho um livro onde registro fatos vividos e minhas reflexões em torno deles. Para ser mais exato, tenho esse livro desde o ano de 1980, e são muitas páginas.

Nele encontro muitos episódios que marcaram minha vida, nos quais posso afirmar, Deus sempre esteve presente.

Hoje, relendo algumas dessas páginas, tomei a liberdade de compartilhar um desses momentos com você. Espero que ele possa lhe fazer refletir tanto quanto fez a mim.

CURITIBA, 21 DE ABRIL DE 1994.

Passamos o dia trabalhando bastante, aliás, como temos feito há algum tempo.

É interessante como nossa mente não para jamais.

Ao mesmo tempo em que estamos concentrados em uma tarefa específica, ela tem o poder de nos proporcionar reflexões paralelas que nos levam em questão de segundos ao passado, nos traz de volta ao presente e em seguida nos remete ao futuro.

Hoje, esta experiência marcou significativamente meu dia, pois entre tantos pensamentos que tive, o que se referia à minhas filhas foi o que mereceu não só maior reflexão, como um registro em meu diário.

Minha mente me levou a olhá-las, ainda tão frágeis, despreocupadas, com sorrisos tão sinceros quanto seus atos.

Logo em seguida, me veio à mente a preocupação do amanhã, que é tão incerto para todos nós.

Minha mente me fez ver que as amo de tal forma que às vezes dói perceber o quanto sou impotente diante do “destino” e de suas armadilhas. Se pudesse, seria para elas como um “detector de metais”, que procura minas terrestres, mostrando aos soldados o lugar ideal em que devem colocar seus pés.

Se pudesse, iria à frente de seus passos indicando todos os caminhos seguros, mas não posso!

Mas sei quem pode, e a Ele recorro todos os dias.

Sim! Pois este é o papel de Deus.

A mim cabe apenas lhes mostrar a realidade que nos cerca, e isto parece se tornar mais fácil quando demonstrado através de nossa própria história de vida, onde Deus está presente, indo sempre à frente.

Esta parece ser a melhor forma de lhes ensinar a confiar nesse Deus, que as ama, e que as amou antes mesmo do que eu e do que a Ana.

Peço a Deus que no futuro vocês possam reconhecer que tudo o que fazemos hoje, é fruto de um grande amor, e que mesmo quando as “corrigimos”, isso se dá porque queremos o melhor para vocês.

Ana Carolina, saiba que te amo muito, que você é linda, meiga e muito inteligente.

Renata Augusta, saiba que meu amor por você possui a mesma intensidade e que és tão inteligente e linda quanto sua irmã. A única diferença entre vocês para mim é que uma veio antes e a outra depois.

É difícil conseguir definir a importância de vocês em minha vida, mas tenho certeza de que lhes passarei isso através de minha presença, dedicação, zelo e amor.

Peço a Deus que me dê sabedoria para enfrentarmos juntos cada problema que surgir, de maneira tal, que possam seguir suas vidas com a certeza de que haverá sempre um novo amanhã, independente da tempestade, porque este dia será preparado por nosso Deus, que as ama e quer o melhor para suas vidas.

Que Deus as abençoe!”


Hoje, se passaram 16 anos desde o dia em que escrevi essas linhas. Posso olhar para minhas filhas e vê-las trilhando o caminho que Deus projetou para cada uma delas, na certeza de que fiz e tenho feito o meu melhor.

A Ana Carolina está com 22 anos, envolvida na área Contábil e com projetos para o futuro. A Renata Augusta, com 19 anos, está cursando o primeiro ano no curso de Medicina na UFPR.

É certo que ainda há muito pela frente, mas também é certo que ambas podem e poderão contar com o apoio incondicional de seus pais, e em especial com a confiança, proteção e misericórdia de nosso Bom Deus, que “até aqui tem nos ajudado”.

“Mas bendito é o homem cuja confiança está no SENHOR, cuja confiança nele está. Ele será como uma árvore plantada junto às águas e que estende as suas raízes para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas estão sempre verdes; não ficará ansiosa no ano da seca nem deixará de dar fruto". (Jeremias 17.7-8)