domingo, 30 de maio de 2010

SENHOR ENSINA-NOS A ORAR! 2

Curitiba, 30 de maio de 2010.

Antes de analisarmos o texto proposto vamos ver através de algumas passagens Bíblicas razões pelas quais Jesus é considerado exemplo quando falamos de oração.


EXEMPLOS DE ORAÇÕES DE JESUS:

1) Em lugar deserto; Marcos 1.35
“De madrugada, ainda bem escuro, levantou-se, saiu e foi a um lugar
deserto, e ali orava.

2) Oração solitária (afastado); Lucas 5.16 –
“Mas ele se retirava para os desertos, e ali orava.”

3) Como de costume: Lucas 22.39-42 (Vemos aqui que Jesus era disciplinado quanto ao tempo dado para as suas orações);
“Então saiu e, segundo o seu costume, foi para o Monte das Oliveiras;
e os discípulos o seguiam. Quando chegou àquele lugar, disse-lhes:
Orai, para que não entreis em tentação. E apartou-se deles cerca de
um tiro de pedra; e pondo-se de joelhos, orava, dizendo: Pai, se
queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha
vontade, mas a tua.”

4) Em momentos de maior angústia orava mais; Lucas 22.44
“E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor tornou-se
como grandes gotas de sangue, que caíam sobre o chão.”

Aqui cabe uma observação pessoal. Não nos parece que quando a ansiedade e a angústia batem à nossa porta, facilmente nos deixamos levar pelo desânimo, diminuindo ou até mesmo abandonando nossas orações em busca do conforto e da solução divina?
Devemos lembrar que independente da grandeza do problema que estejamos vivendo, ele sempre será resolvido através de nós e nunca por nós. Afinal, Deus é o Deus dos impossíveis e está sempre no controle!

5) Na cruz Jesus faz uma oração de intercessão pelos seus agressores: Lucas 23.34
“Jesus, porém, dizia: Pai perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem.
Então repartiram as vestes dele, deitando sortes sobre elas.”

Como entender tal atitude de Jesus para com seus agressores? Parte da resposta para este questionamento pode ser encontrado em Mateus 5.43 - 47:
“Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos. Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios também o mesmo? Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.”

6) Ainda na cruz, Jesus faz uma oração de entrega do seu espírito, Lucas 23.46;
"Jesus, clamando com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o
meu espírito. E, havendo dito isso, expirou.

Ao longo das passagens bíblicas encontramos inúmeras orações. Orações que serviram de lamentação, orações em forma de cânticos quando da vitória do povo hebreu após uma guerra inevitável, orações intercessoras, etc.
Em especial, gosto muito de Paulo em suas orações, que inicia seus escritos com uma oração que demonstra possuir um espírito de submissão, agradecimentos e intercessão.
Mas, certamente, Jesus é o maior exemplo de oração que podemos seguir!
Pensando no exemplo, reflitamos a respeito do seguinte:
Como você e eu temos orado?
Por quem você e eu temos orado?
Pelo que você e eu temos orado?
Fica a pergunta: Será que sabemos realmente orar? Será que algum dia poderemos dizer que sabemos realmente orar?
O livro de Tiago, capítulo 4.3, nos mostra que deixamos de receber o que pedimos porque pedimos (oramos) mal. Ou seja, não temos sabido orar!
“Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.”
Diante dessa possível constatação em nossas vidas, o que Jesus nos recomenda?
Vejamos através da Oração do Pai Nosso:
Mateus Cap. 6.5 -13
“5 E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. 6 6 Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.”
Nossa cultura é naturalmente marcada por uma forte influência católica. Sendo assim, as religiões que se formaram após a reforma religiosa, cujo ápice se deu com Martinho Lutero (visto que a reforma já era idealizada por outros), herdaram traços que foram incorporados em seus estatutos e suas liturgias. Pode-se considerar que tal ocorrência se dá devido à “força da memória popular”, que nos leva ao uso de costumes e de valores, ainda que tenhamos nos manifestado contrários a eles. Em muitos casos mudamos a forma, mas continuamos com a essência.
Um exemplo clássico é o fato de que durante um longo período da história Deus foi “colocado em um lugar especial”, “intocável”, praticamente inacessível por nós “meros mortais”, precisando para isso, portanto, de um representante “legal”, um “líder religioso” que nos representasse junto a Ele.
As grandes catedrais possuem em geral um teto alto, onde encontramos figuras celestiais, e na parte mais alta possível algo que simboliza o próprio Deus (já que não se pode definir sua imagem visto que é espírito). Esta arquitetura colaborava e ainda hoje colabora para a formação na mente das pessoas de que Deus é um SER impessoal, que se encontra distante, de difícil acesso, contrastando totalmente com a mensagem que Jesus nos deixou a respeito de Seu Pai, nosso Deus.
Observando passagens no livro do Antigo Testamento, encontramos relatos a respeito do Sumo Sacerdote, o qual realmente possuía esta função, a de ser intermediador entre o povo e Deus. Mas, esta função foi dada pelo próprio Deus.
Depois da vinda de Jesus, de sua morte e de sua ressurreição, este papel foi extinto, e embora compreendamos a necessidade de se ter líderes religiosos, é preciso compreender também que estes não mais devem se colocar como intermediadores entre o homem e Deus, pois Jesus nos outorgou o direito do livre acesso ao Pai Criador.
Por influência do que vimos acima, muito provavelmente, nestes dois versículos há quem possa imaginar que Deus habita em um lugar reservado, em um lugar santo, como no antigo testamento, onde somente o sumo sacerdote podia entrar, e em alguns casos uma só vez por ano.
Porém, a idéia presente nesta passagem, é a de que nos encontremos com Deus em um lugar não distante nem único, mas sim reservado, puro, onde a verdadeira oração pode ser oferecida. Ali sim é o lugar secreto de Deus, ali nos encontramos verdadeiramente com Deus. Cada um de nós terá seu próprio lugar secreto, em especial levando sempre em consideração as circunstâncias pessoais.
Um enfermo, deitado em uma cama, terá seu leito como “lugar secreto”; uma dona de casa, que atende toda sua família muitas vezes tem seu lugar secreto após todos terem saído, ali mesmo em sua cozinha; para outros, será no escritório do trabalho, minutos antes da primeira reunião; para outros, será na igreja que fica no caminho para seu compromisso.
Qual é seu lugar secreto com Deus?
Curiosidade:
Você sabia que o fato de usarmos letra maiúscula em pronomes que representam Deus já se trata de uma forma de convenção teológica, a qual indica respeito para com “Ele”.
Levando-se em Consideração a gramática, não poderemos dizer que isto é correto.
Porém, há em nossa cultura, uma idéia de que se não for utilizado letra maiúscula ficará caracterizado desrespeito, sendo assim, nossa “memória popular” quase que automaticamente nos leva a utilizá-la.

...continua...

domingo, 23 de maio de 2010

SENHOR, ENSINA-NOS A ORAR!

Curitiba, 23 de maio de 2010.

Provavelmente você já esteve em algum evento em que se encontravam pessoas de diferentes culturas e religiões.
Entre estes eventos estão formaturas, batizados, casamentos, mas especialmente funerais, e são através destes que nossos sentimentos se entrelaçam de tal forma que nos levam a algumas reflexões e questionamentos comuns.

Diante de um característico silêncio, nos vêm à mente... Por quê? Ele era tão novo? Quem entre nós será o próximo? Para onde vamos? Tenho vivido de maneira sadia? Quando eu me for, deixarei saudades? Como quero ser lembrado? O que tenho feito para que isto seja uma realidade? .... Cada um de nós, quase que sem perceber, inicia uma conversa íntima com Deus, como uma forma de oração silenciosa, que em alguns casos pode durar dias.

Muitas vezes este misto de silêncio e sussurros é quebrado pelo pedido de um dos presentes para que o acompanhemos em uma oração. Considerando que há ali diferentes religiões representadas, em geral o pedido é atendido por todos quando a oração é o “Pai Nosso”.

Afinal, é a oração que Jesus usou para nos ensinar como orar, e nela parece haver uma “magia” unificadora em torno de uma só verdade, a de que possuímos um Pai Celestial, que se alegra com nossas alegrias, mas que também se entristece com nossas tristezas. Um Pai presente, em toda e qualquer circunstância de nossas vidas.
Podemos entender que Jesus tinha como proposta que desenvolvêssemos nossa capacidade de orar, além de nos mostrar a necessidade de uma autodisciplina, levando-nos a encontrar em nossa agenda um espaço especial verdadeiramente produtivo com nosso Deus.

Entre outros possíveis tópicos de estudo importantes para o desenvolvimento da vida cristã, a ORAÇÃO pode e deve ser considerado como sendo básica e fundamental para que os demais tenham o êxito esperado.

De maneira simples, pode-se dizer que a oração é uma conversação entre Deus e nós.
No mundo natural, um adulto pode conversar com outro adulto em um nível mais profundo do que uma criança pode conversar.

Esta verdade existe no mundo da oração também, sem, no entanto, esquecermos que a simplicidade da oração de uma criança não diminui importância e a aceitação dela por Deus.
Mas é preciso aprimorarmos nossa conversação com Deus, e nisto está incluído a necessidade de criarmos intimidade com Ele, e há apenas uma maneira de desenvolver a oração: ORANDO!
Está é uma verdade, porque uma pessoa quando ora está desenvolvendo o seu relacionamento com outra pessoa: A PESSOA DE DEUS.

Quanto mais cedo iniciamos essa forma de relacionamento, mais tempo passaremos ao lado de Deus e consequentemente mais próximos dele e de sua vontade.
Fica aqui um questionamento. Você tem ensinado seus filhos, seus sobrinhos, seus amigos, seus netos através de seu exemplo de vida de oração, a desejar também orar?
Ou você só é visto orando quando as coisas já não têm mais jeito?
Seu Deus é o Deus apenas dos impossíveis, ou é o Deus que está no controle de toda a sua vida, inclusive aquelas que consideramos tão simples que decidimos resolver sem “lhe comunicar”, sem lhe pedir direção?
Você já entendeu isso? Já entendeu que quanto mais você ora, mais você vai conhecer o pai celeste e os seus planos para você, sejam eles pequeninos ou grandes?
Muitos de nós, por não considerarmos que Deus é Deus sobre todas as coisas, não conseguimos orar profundamente, a menos que uma tragédia se abata sobre nós, mas qualquer pessoa como eu e você, pode aprender como orar.
Para isto precisamos “gastar” tempo com Deus.
Jesus foi e é o exemplo vivo quanto a isto, pois, sempre que possível tirava tempo, afastava-se dos demais e orava ao PAI CELESTE.
Pensando nisto, fica aqui meu convite para que eu e você reflitamos juntos nesta passagem bíblica encontrada no livro de Mateus Cap. 6.5 -13.

domingo, 16 de maio de 2010

DIÁLOGO ENTRE AS RELIGIÕES UM BELO PASSO PARA A PAZ MUNDIAL

Curitiba, 16 de maio de 2010

Assistindo aos noticiários, é possível identificarmos algumas guerras que ocorreram e outras que ocorrem ao redor do mundo, e que de alguma forma tiveram ou tem alguma conotação religiosa.
Observando a história do cristianismo encontramos guerras religiosas... na história do catolicismo encontramos guerras religiosas... na dos Mouros... dos Muçulmanos... dos Indianos... dos Africanos, etc... e no Brasil???
No Brasil de hoje, temos uma característica peculiar, invejada por muitas nações, a grande diversidade religiosa que, dada as devidas proporções, convive pacificamente.
Não me agrada ouvir alguns intelectuais afirmarem que em nosso país existe uma “tolerância” religiosa. Esta colocação colabora ainda mais para um distanciamento entre as religiões, soa como: “aturamos”, “engolimos”, ao invés de aceitamos e convivemos.
Aceitar não significa necessariamente concordar com as diretrizes seguidas, mas sim, entender que meu próximo tem o direito de como indivíduo escolher seguir ou não uma crença religiosa.
Está é o tipo de atitude que proporciona PAZ.
Precisamos entender que sem paz religiosa não conseguiremos fazer com que a liberdade religiosa que hoje temos alcance nossos filhos, netos, bisnetos....
Hans Küng, pesquisador das grandes religiões do mundo, tem como entendimento ser indispensável para a construção da paz entre as nações o diálogo inter-religioso.
Em suas palavras diz:

"Não haverá paz entre as nações, se não existir paz entre as religiões.
Não haverá paz entre as religiões, se não existir diálogo entre as religiões.
Não haverá diálogo entre as religiões, se não existir padrões éticos globais.
Nosso planeta não irá sobreviver, se não houver um etos global, uma ética para o
mundo inteiro."

A criação desse blog, partindo desse princípio, se propõe a ser uma ponte para reflexões em torno desta e de tantas outras questões, sejam sociais ou culturais, que colocam em risco nossa liberdade de escolha como cidadão.

Juntos, trataremos de curiosidades e informações referentes às religiões, que colaborem de forma significativa para a construção do DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO.
Partiremos do princípio de que o DIÁLOGO só é possível quando realizado entre duas ou mais pessoas, que em geral, possuem pontos de vista diferentes, mas que fazem do respeito mútuo ponto fundamental para o convívio pacífico.
Meu desejo é o de poder colaborar de forma significativa para a descoberta de pontos comuns que nos unam na busca deste ideal, a paz religiosa, sem que isto necessariamente nos faça abrir mão de nossas convicções pessoais, a menos que humildemente eu ou você reconheçamos, através dos argumentos apresentados, esta possibilidade.

Este é meu convite à você: VAMOS DIALOGAR?
Seja bem-vindo!!!!!!!!