sábado, 18 de setembro de 2010

RESGATANDO MEMÓRIAS


Há muitos anos mantenho um livro onde registro fatos vividos e minhas reflexões em torno deles. Para ser mais exato, tenho esse livro desde o ano de 1980, e são muitas páginas.

Nele encontro muitos episódios que marcaram minha vida, nos quais posso afirmar, Deus sempre esteve presente.

Hoje, relendo algumas dessas páginas, tomei a liberdade de compartilhar um desses momentos com você. Espero que ele possa lhe fazer refletir tanto quanto fez a mim.

CURITIBA, 21 DE ABRIL DE 1994.

Passamos o dia trabalhando bastante, aliás, como temos feito há algum tempo.

É interessante como nossa mente não para jamais.

Ao mesmo tempo em que estamos concentrados em uma tarefa específica, ela tem o poder de nos proporcionar reflexões paralelas que nos levam em questão de segundos ao passado, nos traz de volta ao presente e em seguida nos remete ao futuro.

Hoje, esta experiência marcou significativamente meu dia, pois entre tantos pensamentos que tive, o que se referia à minhas filhas foi o que mereceu não só maior reflexão, como um registro em meu diário.

Minha mente me levou a olhá-las, ainda tão frágeis, despreocupadas, com sorrisos tão sinceros quanto seus atos.

Logo em seguida, me veio à mente a preocupação do amanhã, que é tão incerto para todos nós.

Minha mente me fez ver que as amo de tal forma que às vezes dói perceber o quanto sou impotente diante do “destino” e de suas armadilhas. Se pudesse, seria para elas como um “detector de metais”, que procura minas terrestres, mostrando aos soldados o lugar ideal em que devem colocar seus pés.

Se pudesse, iria à frente de seus passos indicando todos os caminhos seguros, mas não posso!

Mas sei quem pode, e a Ele recorro todos os dias.

Sim! Pois este é o papel de Deus.

A mim cabe apenas lhes mostrar a realidade que nos cerca, e isto parece se tornar mais fácil quando demonstrado através de nossa própria história de vida, onde Deus está presente, indo sempre à frente.

Esta parece ser a melhor forma de lhes ensinar a confiar nesse Deus, que as ama, e que as amou antes mesmo do que eu e do que a Ana.

Peço a Deus que no futuro vocês possam reconhecer que tudo o que fazemos hoje, é fruto de um grande amor, e que mesmo quando as “corrigimos”, isso se dá porque queremos o melhor para vocês.

Ana Carolina, saiba que te amo muito, que você é linda, meiga e muito inteligente.

Renata Augusta, saiba que meu amor por você possui a mesma intensidade e que és tão inteligente e linda quanto sua irmã. A única diferença entre vocês para mim é que uma veio antes e a outra depois.

É difícil conseguir definir a importância de vocês em minha vida, mas tenho certeza de que lhes passarei isso através de minha presença, dedicação, zelo e amor.

Peço a Deus que me dê sabedoria para enfrentarmos juntos cada problema que surgir, de maneira tal, que possam seguir suas vidas com a certeza de que haverá sempre um novo amanhã, independente da tempestade, porque este dia será preparado por nosso Deus, que as ama e quer o melhor para suas vidas.

Que Deus as abençoe!”


Hoje, se passaram 16 anos desde o dia em que escrevi essas linhas. Posso olhar para minhas filhas e vê-las trilhando o caminho que Deus projetou para cada uma delas, na certeza de que fiz e tenho feito o meu melhor.

A Ana Carolina está com 22 anos, envolvida na área Contábil e com projetos para o futuro. A Renata Augusta, com 19 anos, está cursando o primeiro ano no curso de Medicina na UFPR.

É certo que ainda há muito pela frente, mas também é certo que ambas podem e poderão contar com o apoio incondicional de seus pais, e em especial com a confiança, proteção e misericórdia de nosso Bom Deus, que “até aqui tem nos ajudado”.

“Mas bendito é o homem cuja confiança está no SENHOR, cuja confiança nele está. Ele será como uma árvore plantada junto às águas e que estende as suas raízes para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas estão sempre verdes; não ficará ansiosa no ano da seca nem deixará de dar fruto". (Jeremias 17.7-8)