terça-feira, 2 de agosto de 2011

ENTRE O VELHO E O IDOSO

No Último dia 27 de julho, ao comemorarmos os 84 anos de vida de nosso pai, dediquei a ele algumas palavras que certamente expressaram o sentimento de todos os filhos e netos, iniciando assim...

Diante do aumento da expectativa de vida do ser humano encontramos alguns “obstáculos” a serem enfrentados de frente pela sociedade. Entre eles está a necessidade de se mudar os conceitos a respeito da velhice que ao longo de muitos anos nos foram impostas.

Certamente você já deve ter ouvido alguém dizer:

“Por que tanta vaga para idosos?”...

“Lugar de idosos é em casa”...

“Não sei por que fila especial para idoso se eles têm agora todo o tempo do mundo”

...entre outras...

Observamos que o mercado de turismo, as academias de ginástica, a moda, e até mesmo alguns médicos geriatras estão de olhos abertos para a faixa etária acima dos 65 anos de idade, mas certamente estes estão interessados em função do potencial financeiro que eles apresentam, já que podem fazer uso de seus ganhos sem se sentirem culpados, pois afinal, seus filhos estão criados, encaminhados na vida. (dadas as exceções sociais é c

laro)

Precisamos formar uma nova mentalidade em nossas crianças e adolescentes, que serão os jovens de amanhã e consequentemente os profissionais que poderão atender você e eu, que ainda não estamos nesta faixa etária, seja em bancos, em clinicas médicas, INSS, etc...

Como queremos que nos tratem?

Como um velho?

Ou como um idoso?

Sim... porque para mim há uma diferença entre as duas palavras.

A primeira

VELHO

pode ser relacionada com algo que não presta mais, algo que não desejamos ter mais conosco, que pode ser descartado, jogado fora no lixo.

A segunda – IDOSO – nos leva a uma reflexão a respeito de alguém que tem sua vida marcada pelos anos vividos, por sua história, por seus conhecimentos, por suas experiências negativas e positivas.

Trata-se de alguém que pode colaborar significativamente comigo e com você, mostrando caminhos que podem e que não podem ser seguidos.

Precisamos mostrar às novas gerações a importância de se dignificar nossos idosos. A importância de garantirmos seu bem estar, mas, também de defendermos sua autonomia e seu direito à vida mesmo diante de suas limitações.

Precisamos cultivar em nossos jovens a visão de que nossos idosos possuem o direito de recordar os anos que viveram.... Sem esquecermos jamais que eles também possuem o direito de pensar nos dias que hão de vir, pois certamente além de terem muito a nos ensinar, ainda conservam a capacidade para muito aprender.

É certo que não é fácil ser idoso!

Mas o segredo do idoso que não se abate diante das limitações e das dificuldades está na sua confiança depositada aos pés da cruz de Cristo.

Em Isaías, um livro que relata a total dependência do povo de Deus e das intervenções Dele diante das lutas desta vida, encontramos no capítulo 46. 3 - 4 o seguinte texto :

“Ouvi-me, ó casa de Jacó, e todo o restante da casa de Israel; vós a quem trouxe nos braços desde o ventre, e sois levados desde a madre.

E até à velhice eu serei o mesmo, e ainda até às cãs (cabelos brancos) eu vos carregarei; eu vos fiz, e eu vos levarei, e eu vos trarei, e vos livrarei.”

Hoje, pai... meu desejo é que ao comemorarmos mais este ano de vida que Deus lhe concede, o senhor possa enxergar e sentir todo o respeito e consideração que todos temos pelo senhor... pelos seus anos vividos... por sua história de vida... com todos os seus possíveis erros, mas especialmente pelos seus e acertos, os quais forjaram nosso caráter.

Que Deus nos abençoe com a mesma intensidade que lhe tem abençoado!

Eu te amo, meu querido pai!

domingo, 24 de abril de 2011

ATÉ LOGO OU ADEUS


Nessa semana que findou, na terça feira, ao ligar a TV ouvi algo no noticiário que me deixou pensativo.

Eles falavam a respeito da possibilidade de se resgatar os corpos dos passageiros do vôo 447 da Air France que partiu do Rio de Janeiro no dia 31 de maio de 2009 com 228 pessoas em direção a Paris e caiu sobre o Oceano Atlântico.

Recordo-me da angústia dos familiares na espera da lista dos mortos, pois desejavam lhes dar um enterro digno e, assim, dizer adeus.

Infelizmente, a grande maioria dos passageiros não foi localizado, especialmente devido à profundidade na qual a fuselagem do avião se encontra. Mas agora esta possibilidade foi considerada.

Pensando na angústia dos corações dos familiares quando aguardavam a lista oficial dos mortos, muitos dos quais falaram da importância de dizer adeus, lembrei de uma história que ouvi certa vez, e que dizia...

Havia uma família composta por um casal e quatro filhos, sendo dois meninos e duas meninas.

Certo dia, a esposa sentiu o desejo de adotar uma criança e após um período de muita burocracia seu desejo se realizou, alegrando a toda família.

Cristãos, todos os filhos foram criados de maneira igual, e apesar das lutas financeiras tiveram a oportunidade de estudar, proporcionando a seus pais a alegria de se formarem no ensino superior.

Como em toda a família, em um determinado dia o inevitável ocorreu, a morte da querida mãe.

No velório, diante dos parentes e dos amigos, dois dos filhos legítimos choravam desesperadamente despedindo-se da mãe. Os outros dois eram um pouco mais contidos, porém com o mesmo sentimento de perda e de desespero.

O pai, atônito, sem precisar falar, e mantendo os olhos fixos na esposa, deixava claro a falta que seu grande amor faria em sua vida, afinal, tudo o que eram e tinham conquistaram juntos.

Foi quando o filho adotivo, embora com os olhos cheios de lágrimas, sentiu o desejo de pedir a palavra, e com a voz trêmula disse...

“Mamãe era uma pessoa especial para meu pai, para meus irmãos, para mim e para muitos dos que aqui estão.

Ela não era rica, portanto, não deixou nenhuma herança. Ela não saía em colunas sociais, mas sua bondade lhe fez conhecida por muitos em nossa cidade.

Lembro-me que ela sempre me falou a respeito de uma lista de nomes na qual o seu estaria presente, e na qual ela desejava que o meu e o de todos nós também estivesse.

Para que isto se faça possível, é necessário que Cristo esteja presente em nossas vidas.

Hoje, ela certamente ficaria contente se todos que aqui estão se dispusessem a incluir seus nomes nesta lista, a qual é conhecida como o Livro da Vida... da vida eterna.

Depois dessas palavras, ele convida seu pai e seus irmãos para que se coloquem em volta do caixão...

- Eu sei que estou em Cristo e que um dia irei encontrá-la.

Quero fazer um convite para vocês agora.

Quem não está com Cristo vai dizer ADEUS!

Quem está com Cristo vai dizer ATÉ LOGO!”

Eles se abraçaram e juntos se despediram, na certeza de que morrer com Cristo é Viver!

Meu desejo é de que todos os parentes dos mortos naquele vôo, tanto dos já encontrados como daqueles ainda não encontrados, possam já ter dito em seus corações um ATÉ LOGO, convictos de que com Cristo a morte já foi vencida.

Sim!

Hoje é domingo, o terceiro dia de páscoa, e nele, deixamos para trás todo o sofrimento vivido por Jesus Cristo e comemoramos a sua ressurreição.

A mesma ressurreição da qual eu e você faremos parte, e através da qual encontraremos nossos parentes e amigos que já não estão mais conosco.

Se você também não teve a oportunidade de dizer “ATÉ LOGO!” para alguém, faça-o agora mesmo... em oração... em seu coração, pois...

...Cristo já ressuscitou! Aleluia!

Leitura Bíblica Recomendada: Mateus Capítulo 26 ao 28

domingo, 27 de março de 2011

AUTISTA POR OPÇÃO

Dias atrás, em minha caminhada diária, no meu parque preferido - o parque do Bacacheri - algo me chamou a atenção: o fato de que a grande maioria das pessoas, especialmente os mais jovens, caminhavam com fones nos ouvidos.

O mais interessante é que mesmo as que caminhavam em duplas ou em grupo faziam uso de fones, e vez ou outra eu ouvia um dos companheiros dizer: - Heinnn???

Claro que um dia ou outro eu também caminho ouvindo músicas.

Depois desse dia, passei a prestar mais atenção a este fato, e ao andar de ônibus percebi que em seu interior a grande maioria fazia uso de algum tipo de aparelho sonoro, tornando-se alheios aos acontecimentos.

Idosos, gestantes, mães e pais com crianças de colo embarcavam, mantendo-se em pé, pois os sentados, especialmente os mais jovens, não se davam conta disso. Mantinham-se como que “hipnotizados pelo som”, em alguns casos cantando baixinho, balançando suas cabeças, cada qual em seu próprio ritmo.

Desci do ônibus, e caminhando no calçadão da Rua XV, a Rua das Flores (que não tem flores), novamente me deparei com um número significativo daqueles que passei a identificar como “autistas ambulantes”.

Jovens que caminham lado a lado de tantos, mas distante de todos.

Alguns parecem distantes de si mesmos.

Caminham alheios... displicentes... ignorando todas as alegrias que a nossa bela cidade proporciona, quanto mais as tristezas.

Estes jovens - talvez movidos pela idéia de que ninguém tem nada a ver com a vida e os problemas dos outros - estão fadados a uma existência sem muito sentido, vazia, solitária, ainda que rodeados de gente.

Alimentado pela curiosidade e sendo um pouco mais observador, percebi que há um número significativo de pessoas que faziam uso de suas bicicletas em meio ao nosso trânsito caótico e quase todos com seus fones de ouvidos.

Alguns deles trafegavam pela contramão, fazendo conversões perigosas, atravessando o sinal vermelho, assustando motoristas e pedestres. Sem ouvir buzinas de alerta, sirenes de polícia ou bombeiro, andavam tão alheios quanto aqueles, como verdadeiros “autistas”, mas por opção!

Voltando para casa, desci do ônibus e me deparei com o pior de todos os “autistas por opção”. Era um jovem que dirigia seu carro com grandes fones de ouvidos.

Quanto a este... falar o quê?

Caminhando até minha casa, refletindo a respeito de tudo isso, cheguei à conclusão de que realmente estamos criando verdadeiros “autistas”. Crianças e jovens que se fecham em seus próprios mundos, remoendo seus próprios problemas, suas frustrações, como se fossem os únicos que merecessem atenção. Jovens alheios aos problemas de seu próximo, que perdem a oportunidade de crescer como cidadãos, talvez por não terem sido orientados a se doar.

Vivem como verdadeiras ilhas.

Ao chegar em minha casa, entrei, fechei a porta, como quem deixa os problemas do lado de fora e “tirei meus fones de ouvidos” (brincadeirinha) para refletir a respeito desta constatação.

Sabemos que solidão não significa necessariamente morar sozinho, mas sim viver sozinho! Em geral, podemos dizer que em algum momento da vida todas as pessoas são atingidas por ela de alguma forma, seja emocional, social ou existencial. E ela tem sido uma das grandes responsáveis por uma parte significativa dos sofrimentos de homens, mulheres e crianças.

O próprio Deus, quando no ato da criação, entendendo como ninguém a alma de sua criatura, disse em Gn 2.18:

“Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea.”

Nossos jovens estão carentes de amizades verdadeiramente significativas, pois estas são incondicionais e estão sempre prontas a nos ajudar diante das dificuldades, como vemos em Eclesiastes 4.9-10:

"9 - É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas.10 – Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se!.”

Precisamos mostrar, especialmente aos jovens, que o primeiro e melhor amigo com quem podemos contar em toda e qualquer situação é Jesus. Em João 15.12-15 ele nos mostra que nos ama como ninguém:

“12 - O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. 13 - Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. 15 - Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.”

Este realmente é o verdadeiro e melhor exemplo de amizade incondicional que podemos mostrar a eles.

Sabemos no entanto que é possível encontrarem outros dispostos a seguir seus passos. Para isto, precisamos levá-los a tirar espontaneamente os fones dos ouvidos, para que passem a ouvir e ver a vida com ouvidos e olhos semelhantes aos de Cristo. Assim, poderão captar nos fatos e atos do dia-a-dia mensagens que lhes estimulem a buscar pela cura de suas angústias pessoais, trazendo-os para viver o aqui e o agora, mas com perspectivas positivas do amanhã que não tarda a chegar.

Que possamos levar nossas crianças e nossos jovens a buscarem para si ouvidos e olhos atentos, sob uma ótica divina. Que com cabeças erguidas, sigam em busca de verdadeiros significados para suas vidas. Significados encontrados no convívio com aqueles que lhes rodeiam.

Quem tem ouvidos para ouvir que ouça...

Quem tem olhos para ver que veja...

Quem tem amor para dar, que não perca a oportunidade de demonstrá-lo, seja onde for e sempre na medida que se fizer necessário, no parque... no ônibus... na fila do banco... no trabalho... no futebol... seja onde e como for... pois uma coisa é certa: COM JESUS, AUTISTAS POR OPÇÃO JAMAIS!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

PORQUE DEVEMOS PERDOAR NOSSO PRÓXIMO

Texto base: Mateus 18: 21-35

21 Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?" 22 Jesus respondeu: "Eu lhe digo: Não até sete, mas até setenta vezes sete. 23 "Por isso, o Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus servos. 24 Quando começou o acerto, foi trazido à sua presença um que lhe devia uma enorme quantidade de prata. 25 Como não tinha condições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que ele possuía fossem vendidos para pagar a dívida. 26 "O servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: 'Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo'. 27 O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir. 28 "Mas quando aquele servo saiu, encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denários. Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Pague-me o que me deve!' 29 "Então o seu conservo caiu de joelhos e implorou-lhe: 'Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei'. 30 "Mas ele não quis. Antes, saiu e mandou lançá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. 31 Quando os outros servos, companheiros dele, viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e foram contar ao seu senhor tudo o que havia acontecido. 32 "Então o senhor chamou o servo e disse: 'Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. 33 Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você?' 34 Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. 35 "Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão".

Por incrível que possa nos parecer, dado o período distante desta escrita acima, encontramos nela um retrato fiel de fatos do nosso cotidiano, inclusive entre aqueles que se intitulam cristãos, julgando-se merecedores de perdão diante de circunstâncias que não lhes permitem cumprir aquilo que foi acordado. Estes, muitas vezes, assim como aqueles, não retribuem da mesma forma o perdão recebido aos seus próprios devedores.

Perdão que pode e deve ser estendido a tudo, dívidas financeiras, questões éticas e morais, mal entendidos, ou seja, a todo tipo de motivos que nos levem ao desentendimento.

Muitas vezes nos perguntamos: Como pode um cristão agir desta forma?

Pensando nisto, veremos três, dos muitos motivos que podem ser apresentados, para falar do porque o PERDÃO é um elemento essencial para VIDA CRISTÃ:


1º) DEVEMOS PERDOAR PORQUE FOMOS PERDOADOS POR DEUS

A partir do momento em que reconhecemos nossa condição de pecadores, motivo pelo qual nos mantínhamos separados do relacionamento com DEUS, e aceitamos o sacrifício de Jesus em nosso lugar, recebendo-o como nosso SENHOR E SALVADOR, a GRAÇA de Deus é derramada sobre nós e com ela seu perdão incondicional.

Colossenses 2.13-14

13 Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, 14 e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz,

Então, concluímos que através do sacrifício de Cristo Jesus nossa “dívida” foi paga, que fomos perdoados por Deus, e que por isto devemos perdoar as dívidas de nosso próximo.


2º) DEVEMOS PERDOAR PORQUE RECONHECEMOS QUE AS PESSOAS A

NOSSA VOLTA SÃO IMPERFEITAS E FALHAS COMO NÓS

Não somos e jamais seremos perfeitos diante do Deus perfeito, mas ainda assim, ele nos oferece seu perdão. Quando conseguimos enxergar isso em nossa própria vida, passamos então olhar nosso próximo com outros olhos, sob uma ótica divina.

Não podemos esperar que todas as pessoas gostem das mesmas coisas que gostamos, que façam as mesmas coisas que fazemos, ou ainda, que façam do jeito que fazemos. Então, precisamos enxergá-las como sendo seres imperfeitos como nós, tão sujeitas a erros como eu e você.

Precisamos então estar prontas a perdoá-las, mesmo quando a nossa vontade é de “pegá-la pelo pescoço e sufocá-la, só até ficar roxinha!!! E depois soltar.”

Então, concluímos que devemos também perdoar, porque em nossas imperfeições fomos e somos perdoados por DEUS através de Cristo Jesus!!!

3º) DEVEMOS PERDOAR PORQUE É UM MANDAMENTO DE DEUS E UMA

CONDIÇÃO PARA SERMOS PERDOADOS

Encontramos em Mat. 6.12:

“Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos

devedores.”

E ainda em Mateus 6.14-15 temos:

“14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós;

15 se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas.”

Estes dois versículos já seriam justificativa suficiente para buscarmos com maior dedicação o colocar em prática nossa capacidade de perdoar nossos devedores.

Será que podemos realmente fazer esta oração diante de Deus?

Temos realmente perdoado nossos devedores, nosso inimigo, nossos agressores, cujo próprio Jesus disse que os amássemos, conforme encontramos em Mateus 5.43-44?

"43 Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo.44 Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem;"

Só se perdoa quando se ama, portanto amamos a quem perdoamos, sendo assim, quando Jesus disse que deveríamos amar nosso inimigo, ele sabia que estava implícito neste ato o perdão.

Lembra? “Deus amou o mundo (eu e você) de tal maneira que deu seu filho único para que todo aquele que nele crê seja salvo”.

Este certamente foi o primeiro e o maior ato de amor que nós encontraremos relatado em qualquer livro que se possa ler.

Ele perdoou homem e mulher apesar de seus atos porque os amava, e porque nos ama continua a nos perdoar.

Quando lemos que devemos perdoar setenta vezes sete, Jesus não estava dizendo que deveríamos perdoar 490 vezes. Ele estava querendo dizer que é preciso perdoar muitas e muitas vezes, e o que é mais incrível, Jesus está falando do ato de perdoar o mesmo pecado.

Quantos pecados temos cometido?

Quanto temos sofrido?

Quanto temos sido perdoado?

Quanto temos perdoado?

Quanto desejamos ser perdoado?

Muita e muitas vezes, assim como diz o Senhor?

Não devemos também nos esquecer, que o perdão nos traz saúde!

Sim, pois quem não consegue perdoar, costuma levar uma vida de ressentimentos (RE-SSENTIR = SENTIR NOVAMENTE) , portanto, leva uma vida de amargura, que destrói não só relacionamentos mas a própria pessoa.

Isto traz doenças como úlcera e depressão, que fazem mal para o corpo, para a alma, para o espírito.

Como louvarei a Deus, estando com um sentimento de raiva e rancor, se Deus é amor, e quem ama verdadeiramente perdoa?

Sabemos que esta é uma luta constante em nossa vida de cristão, mas a experiência vai nos levando cada vez mais próximos da perfeição, a qual nos será concedida de maneira integral quando estivermos na glória com Deus.

Até que este dia se concretize, devemos manter vivas em nossas mentes e em nossos corações as razões que nos levam a oferecer perdão a todo aquele que dele necessitar.

1º - Deus me perdoou - Como posso não perdoar?

2º - Tudo o que eu quero que me façam devo fazer aos outros, Mat. 5.44

“Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas.”

3º - Só Deus pode julgar com justiça incontestável, pois é o justo Juiz, e conhece todos os lados de um fato;

4º - Dou o primeiro passo para o perdão declarando e orando pelo que me ofende ou me agride. Pois assim a palavra nos diz em Mateus 5.44:

“Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem,”

Podemos então afirmar que o perdão é uma DECISÃO e não um SENTIMENTO, pois apesar de nossas reações perfeitamente humanas diante de uma ofensa, ainda assim podemos decidir, liberar perdão, e Deus trabalhará em nosso coração para que ele seja, aí sim, um sentimento verdadeiro.

Sabemos que Deus está sempre disposto a nos perdoar, e quando ele faz isso, ele realmente esquece as nossas falhas, os nossos erros, os nossos pecados...

Ele nos oferece uma folha em branco a ser preenchida neste novo caminhar, onde nossa história passa a ter uma nova escrita, uma escrita através de um relacionamento de amor.

Não sei como está seu coração hoje.

Não sei se você está precisando perdoar ou ser perdoado hoje.

Mas posso lhe afirmar, que quando eu e você nos sentimos perdoados por esse Deus, encontramos as condições necessárias para perdoar nosso próximo, oferecendo também a ele uma folha em branco, para que uma nova história de nosso relacionamento seja escrita.

Por que devo então perdoar?

Porque apesar do que fui e do que sou Deus me perdoou e continua a me perdoar.

Marcos Miranda

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

QUESTÃO DE IDENTIDADE

O apóstolo Marcos em seus escritos, diz a respeito de Mateus que : “Jesus viu Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria...” (Marcos 2.14)

Já o apóstolo Lucas, em seu relato, diz de Jesus: “...depois disso saiu e, vendo um publicano chamado Levi...”, (Lucas 5.27)

Enquanto isto, em Mateus 9.9, diz que Jesus: “...passando... viu assentado na alfândega um homem chamado Mateus”

Encontramos nessas passagens mais uma confirmação de que quando duas ou mais pessoas descrevem algum acontecimento, ou um personagem, cada um o faz de acordo com a sua percepção, e influência cultural e social.

Analisando as passagens acima e observando cuidadosamente, percebe-se que apesar das diferentes formas de narrativas para o mesmo fato, todas convergem em direção a uma verdade absoluta, a de que Deus usou e continua usando a diversidade social e cultural com suas particularidades regionais para revelar seus propósitos.

O que então encontramos aqui?

Quais os ensinamentos?

Encontramos pequenas diferenças cheias de significados!

Marcos nos apresenta o acontecimento dizendo que: “...Jesus viu Levi, filho de Alfeu,...”.

Ele nos conta quem era o pai de Mateus.

Isto evidencia que seu pai era alguém bastante conhecido e honrado na comunidade, a ponto de servir de referência para descrever e identificar quem era Mateus.

Isto é importante?

Sim!

Pois todos nós devemos muito aos nossos pais. Deles herdamos características físicas, foram eles quem nos criaram, nos passaram conceitos éticos e morais, os quais nos levam a erros e acertos em nossa caminhada.

Quantos de nós já não fomos abordados por alguém com a pergunta: - Você não é filho de “fulano de tal?”

Já Lucas, mostra através de sua maneira de perceber e relatar os fatos, qual era a ocupação diária de Mateus (...viu um publicano chamado Levi...). E disse mais, que “...deixando tudo, levantou-se e o seguiu.”

Isto também é importante?

Sim!

Porque o ambiente de nosso trabalho revela muito daquilo que somos, ou daquilo que os outros pensam a nosso respeito.

No caso de Mateus, um “publicano”, isso não era muito favorável. Publicano era o nome dado aos coletores de impostos nas províncias do Império Romano, os quais eram conhecidos pelas suas extorsões, como verdadeiros ladrões “legalizados.

Os publicanos eram detestados pelos judeus e muitas das vezes envolviam-se em corrupção cobrando das pessoas além do que era devido.

Já quando nos deparamos com a mesma história, contada em Mateus, lemos: “ Jesus viu um homem”. Sim, foi um homem que ele chamou, não o filho de outro homem, nem o funcionário de algum governo, mas um homem!

Quando observamos o relato da conversão de Mateus e o colocamos lado a lado com os outros evangelistas, observamos que a renúncia é uma de suas marcas mais significativas, diferenciando-o dos demais.

Lucas, como médico, não precisou abandonar sua carreira, mas certamente perdeu muitos dos seus grandes clientes por passar a se dedicar também aos mais necessitados.

Sua ocupação o aproximava mais ainda das pessoas que iam buscar através de seu Dom natural uma cura para o corpo.

Ele porém, não perdia a oportunidade para lhes apresentar também a cura para o espírito, anunciando o salvador.

Pedro e João eram pescadores, e continuaram a sair com seus barcos, e assim, entre uma pescaria e outra, “jogavam a rede que trazia à vida todos os que nela se prendiam”, pois nas horas de folga eram pescadores de homens, apresentando o evangelho salvador de Jesus Cristo, o verdadeiro alimento da alma.

Mateus, o publicano, decide largar a sua mesa burocrática, a qual lhe dava uma boa renda, diferentemente de Zaqueu, que era o chefe dos publicanos (Lc 19:1-10). Este, ao receber o mestre de Nazaré em sua casa, converteu-se, e prometeu restituir a todos que havia defraudado, continuando em sua atividade, porém agora, com uma atitude compatível com sua nova realidade religiosa.

Mateus foi também o único que registrou o grande convite: “Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. (Mat.11.28”).

É possível que ele tenha tido uma experiência de descanso e sossego sem igual, mais do que os outros, que certamente ele nunca o tinha experimentado antes de seu encontro com Jesus. Algo que não tinha encontrado na mesa da renda, apesar de todo lucro que ali obtia.

Mateus encontrou seu Senhor, seu Mestre, seu Salvador, e o seguiu!

Quanto a eu e você, sabemos que o que somos ou seremos, é e sempre será importante para nós, para nossa família e para a sociedade, pois é através de nossa profissão que as maiores qualidades que possuímos são evidenciadas.

No entanto, através dos textos lidos e comparados, percebemos que Jesus está realmente interessado em mim e em você como HOMEM, como MULHER, no sentido mais humano que podemos dar para esta referência.

Jesus deseja que eu e você façamos uso pleno de todos os nossos dons naturais em sua obra, portanto, se você é um excelente skatista, surfista, ginasta, quem sabe um exemplo em matemática, física ou português, ou ainda um médico ou uma médica como Lucas... Deus sabe que isto é muito importante para você.

E você? Sabe que isto é importante? Sabe que é tão importante, que não deve ser guardado apenas para você?

Um dos maiores fabricantes de veículos, através de sua equipe técnica foi o inventor do freio ABS.

Todos sabem o que é isto?

Freio ABS é um sistema inteligente de frenagem, o qual não permite que as rodas travem no momento de se pisar no freio, fazendo com que na chuva, ele seja acionado gradativamente evitando a derrapagem e consequentemente o acidente, poupando assim muitas vidas.

Certo dia, o proprietário presidente desta empresa convocou as demais montadoras de veículos, a impressa, e mostrou sua descoberta, liberando e permitindo o uso do ABS pelas concorrentes.

Questionado por um dos repórteres, que alegava ser inconcebível entregar assim uma invenção tão importante, que poderia fazer com que sua empresa ficasse ainda mais rica, vendendo tal produto às demais, ele deu a seguinte resposta:

“ Há certas coisas que não são mais importantes do que a vida humana”.

Certamente ele entendera que o número de vidas que seriam poupadas em função da descoberta significava muito mais do que alguns milhões de dólares somados aos já existentes em seu cofre.

Você já se deu conta de que todo DOM, quando colocado nas mãos deste Jesus se torna muito mais eficiente e relevante, através de uma atitude prática?

Você já se imaginou sendo “O” instrumento certo, na hora certa, usado por Jesus para levar um menino de rua a perceber que há esperança?

Ou através de seus dons naturais, alcançar aquele amigo de escola, considerado “o filhinho do papai”, e que normalmente pensamos que não necessita de nada, mas que em geral leva uma vida vazia, sem Jesus?

Vemos então que não importa sua profissão. Se você é cabeludo, careca, usa piercing, brinco, se é “mauricinho” ou “patricinha”, Deus está chamando você, como HOMEM ou MULHER que é.

Foi assim com Levi, o Mateus, que era filho de Alfeu e publicano, mas, que foi chamado como HOMEM, e como HOMEM seguiu a Jesus.

Precisamos cuidar com nosso julgamento em relação à possibilidade de mudança de vida de uma pessoa independente do pai que possui, ou em que trabalha, mesmos aqueles com cargos eletivos, cujas práticas não são adequadas.

Devemos lembrar que quando Deus chama, ele transforma.

Isto nos remete a João Batista, quando foi indagado pelos publicanos sobre como deveriam proceder e recomendou-lhes que “não tomassem das pessoas além do que lhes estava ordenado recolher” (Lc 3:12-13). Ou seja, o problema não estava na atividade profissional que exerciam, mas na atitude inadequada diante da oportunidade de enriquecimento ilícito, através da extorsão.

Tendo em mente tudo o que foi analisado acima, permaneçamos como HOMENS e MULHERES que somos com nossos ouvidos atentos ao autêntico chamado de Jesus.

Exerçamos nossas atividades profissionais com a dignidade que Jesus espera de cada um de nós.

Façamos dela um meio de colocar em prática nossos Dons a serviço de nosso próximo.

Reflitamos a imagem de Cristo em nossas atitudes de tal forma que sejamos IDENTIFICADOS como sendo mais do que filhos de “alguém”... mais do que nossa “ocupação diária”... mas que sejamos identificados como HOMENS e MULHERES feitos à sua imagem e semelhança!

LEMBREMOS! SER DE JESUS É TAMBÉM UMA QUESTÃO DE IDENTIDADE!